terça-feira, 2 de junho de 2009

Discórdia, o mal do milênio

Todos choram do planeta os dias findos,
Encrispados em lutas egocêntricas.
Afastados uns dos outros a estrada seguem
Pensando em vida e vislumbrando mortes.
Cedemos, crédulos, ao solerte verbo da Serpente,
E em angústias tornamos nossos dias.
E nem no Cristo oferecido vemos,
Que do portal da morte a liberdade temos.

E repetir, ignóbil não é, a John Milton
(O Paraíso Perdido, canto II):
(...)

“ Oh! Que vergonha para a estirpe humana!
Firme concórdia reina entre os demônios:
E os homens, na esperança de alcançarem
A ventura do Céu, vivem discordes,
A racional essência desmentindo!
Em vez de fortemente se ligarem
Contra seus figadais inimigos do Orco
Que em prende-los trabalham noite e dia,
Entre si o rancor, a intriga afagam,
O orbe devastam com ferina guerra,
E mutuamente brindam-se co'a morte,
Quando um Deus bondoso a paz proclama.”


(por Humberto Ribeiro de Queiroz)

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