segunda-feira, 19 de março de 2012


Sinal dos tempos?

           O governador do nosso estado vem de anunciar a disponibilização de mais duas mil vagas prisionais, sob os encômios da administração da secretaria de justiça estadual. Mesmo não se podendo negar o zelo do gestor numa área de grande preocupação social, como a segregação dos delinqüentes, sem dúvidas que melhor seria a proclamação pela secretaria da educação da oportunização de duas mil vagas educacionais nos diversos níveis. 

           A quanto cresce a criminalidade numa sociedade que permitiu a deterioração de valores fundamentais como família, escola, honra, responsabilidade (a fiscal retornou por lei especial), vida, rua, avenida, cidade, pátria, vizinhança, solidariedade?

             A partir da constatação da ação policial de aprisionamento nas próprias delegacias até o julgamento e transferência para situações mais apropriadas, e, daí, até os presídios ditos de segurança máxima, o que se tem é um crescimento, no mínimo, assustador. Não há mais faixa etária nem condição social. Basta ser humano, sofrer pressão, convite ou indução. Embora seja milenar que  “o crime não compensa”  há uma vestidura muito usada para ele, tecida, muitas vezes, pelo próprio dissidente do bem, que se pode ver como consistente numa “retribuição do que me falta”.

                  Indo a fundo, a falta não é, realmente, de coisas, mas, daquele sopro que ficou na periferia da alma. Não a preencheu, a não ser para viver, “como todos vivem” (fazendo o que lhe dá na telha). Uma vida com propósito exclui qualquer forma de delinqüência, desde o tapa mais suave ao tiro de escopeta.

                   Mas é preciso começar cedo, ao sol das manhãs de infância e juventude. Ao meio dia da vida deveríamos estar preparados para o almoço que vai nutrir nossos passos no caminho de grandes, médias ou pequenas realizações, mas todas com a disposição de nossa alma preenchida pelo sopro de Deus, o Criador.

                   Até quando vamos nos contentar em construir, mais e mais presídios?



(Por Dr. Humberto Ribeiro de Queiroz)

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