Como advogado que ainda luta, numa tarde quente de janeiro curitibano, passei por uma singular experiência num dia de lide forense, e em troca de conversa com colegas de profissão, externei o desejo de ver o Legislativo – que tem feito tanta besteira -, construir a hipótese processual civil do Recurso de Desabafo, não para obstruir as pautas forenses, mas para noticiar fatos capazes de ajudar o aprimoramento da máquina judiciária. E, para início de conversa, já vou postando o meu:
Excelentíssimo Senhor Desembargador Corregedor da Justiça do Paraná.
Tenho a preocupante satisfação em me dirigir a Vossa Excelência para noticiar o inaudito fato de haver dormido um sono de uma hora (l4:l5/l5:l5) numa poltrona da Serventia da Terceira Vara de Família da Capital (tenho 79 anos e não tiro senha), enquanto aguardava localização de uma petição, que nem sequer figurava no sistema para juntada, apesar de ter sido protocolada, devidamente, em 11 de janeiro de 2011, com um berrante URGENTE.
Fui acordado por duas vezes; uma para informação de que estavam “puculando”, outra, para pedir a minha prova de protocolo, para copiar e seguir na busca, com as mais cordiais despedidas e recomendação para seguir o curso da mesma pela Assejepar, pois, sob promessa, seria encontrada e encaminhada a despacho.
Talvez não fosse demasiado usar uma pequena parcela do Funrejus para dotar a Serventia de redes – no bom estilo do nordeste brasileiro - para que, com maior conforto, os contribuintes pudessem aguardar, em postura confortável, a busca até o final, inclusive com café da manhã, em caso de pernoite.
Por cordial desabafo tenha Vossa Excelência o presente “recurso”, de quem por 52 anos não pôde ver o iluminismo tecnológico aprimorar a satisfação de justiça aos seus indigitados buscadores.
Colegas!
Se o Legislativo não cooperar, vamos recorrer à O.A.B. para que possa contribuir para maior conforto dos advogados.
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